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domingo, 12 de dezembro de 2010

Como posso continuar a ser tão ingénua?

Olá amigos leitores,

Como saberão, passei o fim de semana na casa da aldeia como marido e a filha F, apesar de inicialmente ter decido não ir. Mas fui !

Pareceu-me, na altura, que havia uma hipótese de deixar para trás os últimos dias e que poderia aproximar F do Pai.

Aliás, o tema das consultas com a terapeuta de F tem sido o relacionamento com os pais. Dizem-lhe que a irão preparar para não necessitar da aprovação do Pai.  Espero que consiga !

Sábado decorreu sem novidades. F não se lavou nem se vestiu em todo o dia. Não saiu de casa mas dizia não estar deprimida.

Hoje, domingo foi igual.

Eu e o marido fomos almoçar tarde a um restaurante local. Surgiu uma oportunidade de falar sobre a filha e aproveitei-a:

Informei-o de que as  consultas de terapia versavam temas relacionados com ele, que deveria compreender melhor a doença da filha, que ela precisava da sua aprovação e carinho, ...sem querer vieram algumas lágrimas aos meus olhos que eu tentei rapidamente esconder !

Nos últimos anos as nossas discórdias prendem-se com o tipo de atenção que damos a F.
Estou já exausta de lhe fazer entender que F não é como ele, mas em sua opinião, ele acredita que eu dou demasiada protecção à filha.

Que ingénua, Carla !

Não ! ele já tinha lido livros e artigos sobre a doença. Estava muitíssimo bem informado ! Não precisava de qualquer lição.

Mais: eu já lhe devia ter dito que a F se preocupava com a sua atenção.... (então, todas as discussões anteriores sobre a filha para que serviram ? pergunto eu aos meus botões...)

Pior ainda: A culpa só pode ser minha porque me apresento como vítima perante ele.

Mas é verdade !!!!
Ele não admite que ninguém tenha opiniões diferentes das dele ! E, não sendo fisicamente violento, é verbal e psicologicamente violento!!!
Faz-nos sentir inferiores através das suas ironias e sarcasmos e isolamento do grupo familiar !

Calei-me. Não me pareceu ser altura para o contrariar... E pensei.:

Como pude acreditar que hoje seria diferente?

Apesar de tudo, hoje ele pareceu-me um pouquinho mais atento a F. Mas eu sei que em breve esta atenção se dissipará. Já não é a primeira nem segunda, nem terceira vez !

F está preocupada porque continua matriculada numa cadeira da Faculdade. Tem um trabalho para apresentar que não lhe apetece fazer. Não é difícil, mas precisa de emoção. É um trabalho de fotografia.

F está mais uma vez num dilema:  Como conseguir ultrapassar a inércia e dedicar-se ao trabalho? E se o resultado não for excelente (bom não chega....) e se nem sequer conseguir fazer o tal trabalho, com que cara vai entrar na aula?
Decide que o melhor é NÃO DECIDIR JÁ !

Espero mesmo que a terapia de F a ensine a não necessitar da aprovação de ninguém ! 

Até lá vou continuando, ingenuamente, a acreditar que algum dia as coisas mudam....

Obrigada por partilharem comigo deste meu dia-a-dia.

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