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sábado, 20 de agosto de 2011

Long time no see...

Caros amigos,

Já há muito tempo que não venho aqui,

Aliás, já há muito tempo que não ligo o meu PC, não leio os meus e-mails, não me ligo ao mundo.

E até agora parece-me bem.

Já tinha escrito um texto muito bonito, quando o editor de mensagens resolveu "pifar".

Agora já não tenho mais paciência para repetir tudo o que tinha em mente.

Resumindo:

Tenho uma amiga que também é minha Directora no trabalho que tinha problemas em se relacionar com seu filho de 23 anos.

Este menino faleceu no dia 3 de Agosto.

Tudo era normal com o pai, irmão e amigos. Menos com a mãe.

Ela tentou de tudo: terapia, igreja, amigos, enfim; o que ela encontrou como possível solução.

A família lhe dizia para se manter afastada do filho, mas ela não conseguia nem perceber o motivo de tanta animosidade do menino.

Um dia, eu, com minha mania de que sou a salvadora do Mundo, disse-lhe para declarar seu amor maternal ao filhote. Tudo quanto ele precisava era de muito amor.

MAL ! Foi muito mal!

O menino se afastou ainda mais! Odiava sua mãe e ela nem sabia porquê !

Na semana anterior à sua morte, o filhote acusou a mãe de coisas que ela não tinha feito.

A mãe, experiente, se calou no momento. À noite, pediu para falar com ele e lhe disse :

"... meu filho, se me queres fora da tua vida, assim será! Preocupar-me vou sempre, pois és meu filho. No entanto a tua vida já não me interessa. Para mim não contas ! ..."

Na semana seguinte o menino foi encontrado no rio, caído de uma ponte c/ um vão de 240 metros.

A mãe continua achando que seu filho foi "empurrado". Todos os restantes familiares e amigos acreditamos que o rapaz se suicidou.

Fico apenas muito impressionada com a pergunta que ela me fez quando cheguei em sua casa no dia do falecimento do filhote;

- " Eu não tive culpa, pois não?!

A pergunta era apenas retórica.

Aquela mãe vai perguntar toda a vida o que fez de errado com aquele filho, piorando a dúvida com a última conversa havida entre os dois !

É isso que vai ficar na memória daquela mãe que eu sei que tanto lutou para se entender com o filhote mais novo.

Por isso, hoje aqui estou a partilhar com o mundo uma dor que não é verdadeiramente minha, mas que eu sinto como se fosse !

Tenho muita pena daquela mãe.  Queria saber dar-lhe algum conforto. Mas não sei. E sinto-me mal por isso.
Pudesse eu tomar para mim parte daquele sofrimento apenas para amenizar a sua angústia...

Não sou crente em nenhum Deus, mas estou pedindo a todas as divindades que eu conheço para que lhe dêem conforto.

Até mais,
Carla








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