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domingo, 26 de dezembro de 2010

Acabou a canseira

Finalmente, a festa do Natal está quase no fim !

Ontem e hoje foram dias muito cansativos para mim.

Ontem preparei toda a ceia de Natal apenas com a ajuda da minha filha F (a que sofre de perturbação Borderline). A outra filha - a C - porque vive no estrangeiro, aproveitou o tempo para conviver com os avós (eu sei que ela também não gosta nada das tarefas domésticas.)

Os avós - meus pais - são demasiado idosos e doentes para poderem prestar ajuda!

A minha irmã, que também esteve presente, também é doente e agora mais que nunca !

Teve uma vida desregrada de drogas, álcool, e tudo o resto associado.

Ela não era sozinha. Tinha uma irmã gémea que se suicidou com 23 anos e que levava o mesmo tipo de vida que ela. Aliás, acho que na altura elas eram inseparáveis.

O suicídio da sua gémea levou-a a um casamento, na minha opinião demasiado apressado, que não deu resultado.

Viveu um vida marginal até 3 ou 4 anos atrás (hoje ela tem 45 anos). Esteve mais que uma vez às portas da morte, ora com pneumonia, ora com outras doenças virais e infecciosas que a mantiveram em internamentos prolongados (internamentos que eu tive que que forçar e tomar a iniciativa, pois parecia que os seus/meus pais eram incapazes de gerir a situação, apesar de estarem sempre a lamentar o estado precário daquela filha).

Enfim. Preparei a festa de Natal. Correu bem. Os meus pais estavam muito alegres por terem a família em sua casa.

Distribuímos as prendas um pouco antes da meia-noite, pois a minha irmã já estava a morrer de cansaço.

Ela está a fazer um tratamento semanal de - julgo eu - quimioterapia injectável - que a debilita muito. Está a perder cabelo, a perder peso, sente muito frio e as suas defesas naturais, que já eram poucas, estão a descer. Corre o risco de ter que interromper este tratamento se suas defesas continuarem a diminuir.

Se parar o tratamento pode morrer, mas se continuar também pode morrer. Ela é mais nova que eu !

Como teve um vida sem controlo, nunca estudou muito e hoje tem um emprego menor.  Ganha pouco e trabalha muito com um trabalho pesado e que exige esforço físico. No estado em que ela está, não deveria trabalhar (pelo menos no dia a seguir à injecção que toma).... mas ela não tem alternativa. Trabalha 6 dias por semana no duro e descansa um dia em cada 3.

Nestes dias de Festa esteve de serviço, Assim, festejou a noite de Natal connosco e eu fui levá-la a casa para hoje poder novamente comparecer no trabalho no dia de Natal.

Mas a Ceia correu bem, como já disse.

Hoje, voltei a casa da mãe para arrumar e limpar a confusão da noite anterior.

A mãe protestou que não era preciso, que tinha tempo para fazer isso, que....estava a precisar de voltar a tomar o oxigénio habitual ( ela fica cerca de 16 horas/dia  amarrada a uma garrafa de oxigénio).

A sua forma de agradecer a estima das filhas é cobri-las com ofertas de comida.

Sim. Porque eu tinha que trazer comigo o abacaxi, as uvas, as rabanadas, os frutos secos, etc. etc.

Não, retorqui. Não preciso nada disso. Tenho tudo isso também em minha casa.

Então que levasse para a minha irmã !

Seleccionei um cabaz de coisas mais ou menos saudáveis para a irmã. Fruta fresca, alguns legumes sobrantes e viajei 30 km para levá-los à minha irmã.

A minha filha F não se apercebe da gravidade da doença da tia e dos avós.  A minha filha C está demasiado ocupada para se preocupar com isso. O meu marido não" morre de amores" pela minha família!

A esta hora já não há mais motivos para festejar.  ACABOU O NATAL !!!!

Ainda bem ! Estou tão cansada... MAS CORREU BEM !!!!

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