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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um violinista no Telhado (Fiddler on the roof)


Quem viu este filme de 1971 ?

A acção passa-se na Rússia Czarista do início do século XX.
As comunidades Judaicas e Cristãs Ortodoxas não se misturavam...
Os problemas começaram quando as filhas do personagem principal (judeu) - Tevye - não aceitaram casar com os homens arranjados por seu pai.

É um filme que tem a ver com tolerância, aceitação, dificuldades e por fim exílio.

Muito bonito.

Ainda hoje acredito que nos podemos identificar com esta história em muitas situações.

Recordo muitas vezes este filme quando vejo o caminho da minha filha mais velha...
Já não tenho o controlo e isso me deixa feliz e infeliz ao mesmo tempo.

A mais nova, enfim... veremos o que o futuro lhe guarda.
Neste momento, parece não ter nada reservado.
Continua mal, sob pesada medicação - o que me preocupa.
Parece estar constantemente sob o efeito de drogas que a impedem de falar normalmente. Tem o discurso arrastado, olhos semi-cerrados, reacções lentas e gestos vagarosos. DROGADA !

Não gosto de a ver assim, mas os médicos dizem que nesta fase é necessário e ela concorda.

Estou longe dela. Estou na Aldeia e ela na Cidade.

Falamos diariamente, e continuo sentindo aquela distância...

As minhas férias vão acabar já no próximo fim de semana.

Não sei se fique triste ou contente.

Fico insatisfeita por saber que vou recomeçar a rotina diária de trabalho e, acima de tudo, de cuidar da filhota, de a animar, de lhe dar força, de lhe dar carinho e apoio a cada 5 minutos...

Fico feliz por lhe poder providenciar tudo o que acima disse que me dava preocupação.

Mas que misto de sentimentos é este ? Não entendo !

Por um lado quero estar longe, não ver, não pensar, não ter que cuidar...

e por outro lado,

Não vejo o momento de lhe poder prestar todos esses mimos que ela necessita.

Como eu queria ter a força de carácter do personagem Tevye.

(A música também é bonita...)

Beijos,
Carla

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ainda a propósito de Beethoven....

Estas frases que transcrevo são da autoria de Ludwig van Beethoven . Tão actuais como antes:


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Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos.

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Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!

Tão actual ! 
A dor sempre existiu indiferente do tempo e do motivo.

Porque nos continua a custar tanto suportá-la?
Já deveríamos estar acostumados, mas parece sempre ser nova e diferente!

É nestes mestres da VIDA que eu encontro inspiração.

Boa Noite,
Carla





hoje sinto vontade de ouvir música


Não vim aqui dizer nada !

Estou há horas ouvindo música que me traz emoções diversas.

Pena que não possa deixar toda a lista que ouvi... mas deixo esta versão de "Sonata ao Luar" de Ludwig van Beethoven, por Marcus Miller.

Espero que gostem.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tiraram-me as palavras da boca



Uma música com quase 34 anos. Foi lançada em Outubro de 1977.

Uma das minhas favoritas pelo seu poema.

Esta é uma das formas de esquecer - ou tentar esquecer - que a filhota continua mal !

Acho que ela sente muito a minha falta. 

Esteve nos últimos dias com o Pai na casa da cidade. Este fim de semana vieram ter comigo à Aldeia.

Telefono-lhe todos os dias, mas mesmo assim acho que ela exige a minha presença. 

Contou-me, com frieza,  que na passada quinta-feira voltou a cortar-se.

Porque?

Porque durante o almoço com o Pai falaram da sua preocupação com o seu corpo.

Ela engordou mais de 30 Kg em pouco tempo e não se conforma com o novo corpo que carrega. Mas no Hospital dizem que isso é secundário. Há que tratar primeiro o que a faz sentir vontade de comer todos os doces do mundo.

Pois, como ela se tem queixado da sua imagem, durante o almoço o pai abordou o assunto e, segundo ele, a conversa correu cordialmente, sem sobressaltos, tudo na boa.

Segundo ela: Sentiu-se envergonhada por estar a ser confrontada com sua impulsividade por comida. Não vai mais conseguir comer "coisas" na frente do Pai. Sente-se ainda pior quando come, pois toda a gente sabe que ela é gorda !

Mais ainda mamãe: sabe o que fiz no fim da conversa? sabe?
Fui-me cortar !

Achei cruel ela ter-me contado com toda a frieza que se cortou por causa de uma conversa (que até acho que foi bem intencionada por parte do Pai).

Eu sei que ela sofre de TPB, mas também sei que ela vai fazer 24 anos !

Durante mais de 11 anos estive sempre do seu lado tentando compreender o que lhe causava tanta angústia. Sempre defendi seus comportamentos perante familiares e estranhos. Sempre abdiquei de mim para me poder oferecer a ela.

Lembro que cheguei a estar fora do meu emprego durante mais de 1 ano seguido, apenas para poder estar próximo dela e levá-la a passear. Passeios de carro que duravam um dia inteiro. Ela chorava e eu conduzia. E enquanto conduzia ia contanto todas as histórias da minha vida, da vida dos avós, de todos os familiares, umas inventadas, outras verdadeiras, apenas para não estar calada e encher o espaço com sons, para que ela estivesse ocupada com alguma coisa, nem que fosse ouvindo...

Esses tempo negros em que ela escrevia seu diário e pintava quadros sombrios com o  seu próprio sangue já não se verificam. Mas de vez em quando, lá vem a ameaça:

" Tu tem lá cuidado... não me abandones, senão volto a fazer asneiras..."

Nunca me disse isto com estas palavras, mas é assim que eu sinto muitas das suas afirmações.  
E então lembro das inúmeras vezes em que foi de urgência para o Hospital por ter tomado doses excessivas de comprimidos.

Egoísta, egocêntrica, exigente, dependente, infeliz, desamparada, carente...

Necessito mesmo destes dias de férias sem ela ao meu lado! 

Quero afastar os meus pensamentos dela! Quero ter, pelo menos, uma semana em que sou dona da minha vida sem preocupações.

Mas isso não existe, pois não?

Mãe é mãe. Ponto Final !

Então eu vou tentando superar todas essas angústias com músicas da minha geração.

"On a hot summer night.
Would you offer your throat to the wolf with the red roses?
Will he offer me his mouth?
Yes
Will he offer me his teeth?
Yes
Wlll he offer me his jaws?
Yes
Will he offer me his hunger?
Yes
Again. Will he offer me his hunger?
Yes
And will he starve without me?
Yes
And does he love me?
Yes"

Poema lindíssimo.

Esta semana estarei na Aldeia - SOZINHA (com o cão e os meus pensamentos) !

Beijos,
Carla










sexta-feira, 1 de julho de 2011

Contente e triste

 

Estou de férias.

Estou sozinha na casa da Aldeia. O tempo está quente. Convida a deitar à beira da piscina e deixar o tempo correr lentamente.

Não há filhota sempre a exigir todo o tipo de atenção; para o bom e para o mau.

Não há marido sempre hiper activo e sempre a rabujar

Não horário para nada. 

Tenho Paz. Estou bem !

Quase sempre bem...

Tenho uma amiga em sofrimento.  A ela dedico a música acima.

Somos apenas passageiros. Vamos aproveitar esta viagem !

Beijos,
Carla