A filhota F acabou de completar 23 anos.
Fizemos uma espécie de Festa. Não éramos muitos... O Pai, a Mãe, Ela e o Namorado da irmã C (seu único amigo). Como já disse, a irmã está a estudar no estrangeiro.
O dia não correu como tinha planeado.
Mais uma vez, o maridão, alterou o meu calendário. A culpa não é só dele. Durante 27 anos deixei que ele comandasse esta nossa "tribo", e agora já não sei como alterar o "status quo".
A filhota F deveria ter ido para o Hospital pela manhã. Não foi por achar que merecia uma pausa no seu aniversário. Apresentou-se lá na parte da tarde pedindo-me que a levasse no meu carro (ela também tem o seu). Assim fiz. Levei-a ao Hospital para o tratamento diário com o compromisso de a ir buscar às 16 horas.
Pensava disponibilizar do tempo até à sua saída para comprar um bolo bonito e invulgar, e depois iríamos comparecer a metade da nossa aula de Árabe. Sairíamos mais cedo para comemorar jantando em família!.
Pois. Não foi exactamente assim.
O marido entendeu que seria um bom dia para para tratar de assuntos financeiros e pretendia abrir conta em 2 bancos diferentes.
Fomos ao primeiro Banco e apesar do mau atendimento, abrimos a conta. Quando este processo findou já só faltava meia hora para ir buscar a F.
Mesmo assim, entendeu ele que os negócios tinham primazia, pelo que fomos ao segundo Banco.
Atendimento excelente.Demasiado excelente para o tempo que eu tinha disponível.
Após inúmeros minutos, quase horas, acabámos por abrir a conta. No entretanto enviei várias mensagens a F dizendo-lhe que estava atrasada.
O tempo estava a passar e acabei por telefonar à filhota pedindo-lhe que fosse de táxi para casa.
Doeu-me o coração!
Saímos do Banco pelas 17 horas. Estava imenso transito ! Demorámos mais de uma hora a chegar a casa.
Sugeri que o meu marido lhe comprasse uma lembrança apenas para lhe mostrar que se interessava por ela. Como resposta recebi um "porquê ?"
Preferi não dizer mais nada. Chegámos.
Ele foi deixar o carro na garagem e eu fui comprar um bolo sofrível. Aproveitei e comprei também uma flor de chocolate para ele oferecer à filha.
Quando entrei em casa a F estava tristinha. Entrei com alegria e entusiasmo para não a deixar cair no poço !
Funcionou ! O Dia no Hospital tinha corrido bem. Lembraram-se do seu aniversário e festejaram-no.
O Pai ainda demorou a entrar em casa (não sei porquê).
Quando entrou chamei-o para combinar a entrega das prendas. Achou que as prendas eram minhas e não dele! Não queria que disséssemos que eram as "nossas prendas" para a filha ! Estas eram as " prendas da mãe"!!!!
E as dele, onde estavam? Tinha comprado alguma coisa?. NÃO!
Insisti para que não dividíssemos a paternalidade. A Filhota deveria sentir que eram as prendas dos Pais e não apenas de um dos progenitores. Acedeu.
Entregámos as prendas já compradas e a flor de chocolate. No final ele ainda disse: "Amanhã tens outra prenda". A miúda não percebeu porquê. Mas eu sim. Ele há-de dar a sua própria prenda, sem partilhar...
Fomos então jantar. Correu bem., claro. Fiz cara feliz .
Agora estou em casa e a filha foi sair com o namorado da irmã.
Espero que se divirtam !
Pelo menos, eles merecem!
Carla, será que o psiquiatra da sua filha não pode falar com seu marido pra ele colaborar um pouco pelo menos?
ResponderEliminarTenho quase certeza que é essa ausência paterna que engatilhou o TPB em F.
Uma lástima!! Pessoas assim NÃO DEVERIAM constituir uma família!!
Me desculpe mas é que estou cansada de ver tantos casos assim... um dos pais se desdobra para atender as necessidades emocionais dos filhos enquanto o outro não dá a mínima!