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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Que fútil é escrever um Blog !



Tenho vindo aqui cada vez menos.

Que interesse tem estar a escrever "para o Mundo" se esse Mundo não quer saber senão de si próprio.

Cada um está centrado nos seus próprios problemas. Ou cada um está divulgando a faceta com que gostaria de ser reconhecido.

Que adianta estar escrevendo para o ar ?

Toda a gente tem alegrias e tristezas. Cada um consegue avaliar apenas os seus próprios sentimentos.

Empatia?
Solidariedade?
Identificação?

Uns quantos (poucos) se interessam e vão perguntando.
Os outros (muitos) passam e olham para o outro lado.

Afinal que estou fazendo aqui?

Para ser sincera... acho que estou apenas escrevendo para mim.
Estou fingindo que partilho alguma coisa.
Ninguém quer partilhar desventuras nem infortúnios.

Eu até entendo!

Para quem quiser saber:

- A filhota F (mais nova) continua mal e ultimamente tem estado pior. Não sei o que vai na sua cabeça. Bem que eu tento e me esforço, mas não sinto o que ela sente.

- A filhota C (a mais velha) está de férias em Portugal e soube há dias que ela foi a melhor nota do mestrado na Universidade de Leicester. Vai agora para Londres fazer doutoramento a convite da Universidade local.

Lido com duas filhas tão diferentes ... e ambas tão amadas !

Não me importa o seu sucesso ou insucesso. São as minhas meninas e encontro enormes qualidades em cada uma.

Ainda bem!
Existe gente que já não pode ter nada disto!
Existe gente que perdeu seus filhos, ou entes queridos e que não já pode partilhar da sua existência.

Alguém ficou melhor ou pior depois de eu ter publicado isto?

Bem sei que é fútil escrever um Blog, mas... que posso eu dizer?
Apenas continuo escrevendo.

Bem hajam!

Carla



sábado, 20 de agosto de 2011

Long time no see...

Caros amigos,

Já há muito tempo que não venho aqui,

Aliás, já há muito tempo que não ligo o meu PC, não leio os meus e-mails, não me ligo ao mundo.

E até agora parece-me bem.

Já tinha escrito um texto muito bonito, quando o editor de mensagens resolveu "pifar".

Agora já não tenho mais paciência para repetir tudo o que tinha em mente.

Resumindo:

Tenho uma amiga que também é minha Directora no trabalho que tinha problemas em se relacionar com seu filho de 23 anos.

Este menino faleceu no dia 3 de Agosto.

Tudo era normal com o pai, irmão e amigos. Menos com a mãe.

Ela tentou de tudo: terapia, igreja, amigos, enfim; o que ela encontrou como possível solução.

A família lhe dizia para se manter afastada do filho, mas ela não conseguia nem perceber o motivo de tanta animosidade do menino.

Um dia, eu, com minha mania de que sou a salvadora do Mundo, disse-lhe para declarar seu amor maternal ao filhote. Tudo quanto ele precisava era de muito amor.

MAL ! Foi muito mal!

O menino se afastou ainda mais! Odiava sua mãe e ela nem sabia porquê !

Na semana anterior à sua morte, o filhote acusou a mãe de coisas que ela não tinha feito.

A mãe, experiente, se calou no momento. À noite, pediu para falar com ele e lhe disse :

"... meu filho, se me queres fora da tua vida, assim será! Preocupar-me vou sempre, pois és meu filho. No entanto a tua vida já não me interessa. Para mim não contas ! ..."

Na semana seguinte o menino foi encontrado no rio, caído de uma ponte c/ um vão de 240 metros.

A mãe continua achando que seu filho foi "empurrado". Todos os restantes familiares e amigos acreditamos que o rapaz se suicidou.

Fico apenas muito impressionada com a pergunta que ela me fez quando cheguei em sua casa no dia do falecimento do filhote;

- " Eu não tive culpa, pois não?!

A pergunta era apenas retórica.

Aquela mãe vai perguntar toda a vida o que fez de errado com aquele filho, piorando a dúvida com a última conversa havida entre os dois !

É isso que vai ficar na memória daquela mãe que eu sei que tanto lutou para se entender com o filhote mais novo.

Por isso, hoje aqui estou a partilhar com o mundo uma dor que não é verdadeiramente minha, mas que eu sinto como se fosse !

Tenho muita pena daquela mãe.  Queria saber dar-lhe algum conforto. Mas não sei. E sinto-me mal por isso.
Pudesse eu tomar para mim parte daquele sofrimento apenas para amenizar a sua angústia...

Não sou crente em nenhum Deus, mas estou pedindo a todas as divindades que eu conheço para que lhe dêem conforto.

Até mais,
Carla