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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O dia seguinte...

Hoje não fui trabalhar.

A Filhota F também não foi ao seu tratamento diário no Hospital.

Logo pela manhã, telefonei paro o hospital informando-os do sucedido e do motivo porque a filhota não iria comparecer..

Responderam que nesses momentos o melhor mesmo era ela não faltar à sua terapia. Mas hoje não dava ! Ela merecia o carinho e companhia da mãe em vez de tratamento - por muito bom e eficaz - mas sempre sem a ligação emocional da relação mãe-filha.

O dia até nem correu mal.

Fomos ao cinema. Como habitual em situações de ansiedade, fomos às compras de coisas inúteis mas que satisfazem o espírito consumista, tivemos bons momentos.

O pior é quando ela se lembrava de regras sociais estúpidas!

Nesta nossa cultura católica, não é socialmente bem-aceite que uma pessoa esteja bem produzida, de bom espírito e até mais ou menos bem disposta, num momento que deveria ser triste - O falecimento do melhor amigo, mesmo que seja cão !

Eu me esforcei tanto hoje para proporcionar à filhota um dia bem passado, para agora ela estar preocupada com o que outros irão pensar amanhã por ela não ter sofrido o dia inteiro !

Eu tive realmente uma educação religiosa dentro do catolicismo cristão. Mas há muito que me afastei da maioria das suas doutrinas.

Acho especialmente cruel a cultura do funeral, da culpa e da punição.

A perpetuação do sofrimento por alguém que já não é possível recuperar.

Então, se foi para junto de Deus, não deveríamos sentir felicidade ?

Nada é o que parece !

Apenas regras sociais mais ou menos definidas.

Temos apenas que nos habituar às regras do lugar onde vivemos.

E isso não é tarefa fácil para a Filhota F.

Se por um lado merece compensar a sua saudade e tristeza com outras distracções, por outro lado tem medo de ser mal aceite por não mostrar um luto profundo !

Que cruel ambiguidade ! Que difícil deve ser para ela.

A grande verdade é que NADA É O QUE PARECE !

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