Diário das minhas alegrias e frustrações convivendo com uma filha que sofre de Doença de Borderline.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Neil Diamond - Hello Again (with lyrics)
Olá,
Faz tempo que não venho aqui.
Compreendo que não tenha seguidores e que não seja ouvida se não publico e se não comunico.
Faltam-me energia e vontade.
Agora estou com algum tempo disponível.
Fracturei o "prato" da tíbia e tenho uma fissura no menisco. Tudo por pisar o chão com demasiada força. Não cheguei a cair. Só o pé bateu no chão.
Isto aconteceu em 18 de Dezembro e só em 03 de Janeiro achei necessário consultar um médico. O diagnostico já foi acima revelado. Agora, a cura passa por manter a perna imóvel e sem qualquer pressão durante 20 dias no mínimo.
Isso me dá tempo para estar em casa e pensar em mim.
A filhota F tem vindo a regredir no tratamento. Já faz mais de 1 ano que está em regime de semi-internato no Hospital.
No Hospital dizem que estão pensando em a enviar para uma "comunidade". Sítio em que viverá conjuntamente com outros pacientes (não sei se com patologias idênticas ou diferentes), sem acesso ao Mundo que conhece e nada mais sei. Estou à espera de uma reunião com a directora dessas "comunidades" para mais detalhes.
Estou muito cansada e desiludida com tudo isto.
Afinal já convivo com a sua patologia há mais de 10 anos, andando de médico em médico. De tratamento em tratamento. Sempre criando novas esperanças que iludem uma melhoria e que acaba no mesmo sítio em que começou !
É muito tempo. Estou FARTA !
Acho que ela é capaz de tomar decisões, de racionalizar suas escolhas. Só não entendo como acaba sempre por nada escolher e nada fazer!
Tem 24 anos. Desistiu de toda sua vida útil. Desistiu de seus estudos e poucos hobbies que tinha para se dedicar de "corpo e alma" a este tratamento.
Mas até ao tratamento ela tem vindo a faltar.
Agora que eu estou em casa, ela deve pensar que estou disponível. Ela está faltando mais ao Hospital.
Mas eu não estou de férias !
Estou imobilizada e esperando que se não puderem cuidar de mim, pelo menos que não me façam cuidar dos outros.
Será que a sua doença é assim tão incapacitante que não dá para perceber que neste momento eu não posso ser a sua companhia ?
Se não me podem dar apoio na lida domestica diária, só quero que me deixem em paz !
Estou preocupada.
Vejo as finanças- nacionais e familiares- cada vez pior.
Não consigo prever um bom futuro para nenhuma das minhas duas filhas. Nem mesmo a que está sendo bem sucedida em Inglaterra.
A Filhota C está tirando doutoramento com bolsa universitária no UK. O namorado vendeu tudo o que tinha para ir com ela e não está conseguindo emprego lá.
A filhota F não dá sinais de amadurecimento e continua vendo o mundo como um conto de fadas em que há os "maus" e os "bons".
Meu dinheiro não dura eternamente nem nasce do chão. Continuo apoiando financeiramente as duas. Mas não sei até quando... "A coisa aqui vai preta!"
Este foi o meu momento de desabafo com os meus amigos.
Boa noite.
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